sábado, 16 de julho de 2016

Férias Grandes III

 
 

july 12

soon we will go to the beach
where we will swim
and eat plums and peanut butter sandwiches
and we will think to ourselves
as we eat
on our blankett in the sand
that nothing in the world
could possibly be more delicious
than those plums
and those peanut butter sandwiches
a little bit salty
and warm from the sun


When green becomes tomatoes Poems for All Seasons, by Julie Fogliano, pictures by Julie Morstad, Roaring Brook Press.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

As Guardas: Guardiãs de Tesouros XXIII

É este espaço livre e aberto à imaginação dos leitores que quero celebrar. Deixarei aqui (quase) todas as semanas uma ou duas imagens das guardas iniciais e finais de um livro. Num silêncio atento e deslumbrado.

 
The Orange Book
Richard McGuire
Corraini, 2008

sexta-feira, 1 de julho de 2016

Férias Grandes II

 
 
Quando eu era criança, as férias grandes eram um tempo mágico e gigante.
O dia começava com um pequeno-almoço demorado, que incluía a fruta que eu ia apanhar ao damasqueiro que ficava mesmo em frente à porta de casa ou à figueira um pouco mais afastada, perto do tanque. Até à hora do almoço havia tempo para passear pela ribeira, com os pés descalços, por entre as pedras e a pouca água que ainda teimava em correr. Esperávamos, em religioso silêncio, que as rãs recomeçassem a coaxar para descobrirmos os seus esconderijos e podermos vê-las, cada qual diferente, nos seus lindos verdes.
À tarde, o calor impedia-nos de brincar lá fora. Era a hora da sesta, sinónimo, para mim e para a minha irmã, de horas a ler no silêncio da casa adormecida. Quantos livros requisitávamos uma vez por semana na biblioteca da vila. Vinham connosco para casa em felizes sacos pesados. Depois do lanche havia as corridas de bicicleta, os mergulhos no tanque, as brincadeiras no sótão e a visita à figueira centenária que era casa, cavalo e baloiço.
Nas noites mais quentes, o meu pai trazia uma manta grande, as almofadas, e deitávamo-nos lá fora, de barriga para o ar, a conversar e a ver as estrelas, à espera que a casa arrefecesse. Era tão bom estarmos, assim, juntos. Como se aquele tempo não tivesse fim.